sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sua pele, uma identidade...

Recentemente fiz um estudo sobre a camada que nos completa e envolve tudo que esta a nossa volta. São embalagens, roupas, armaduras, camuflagens, peles. Coberturas naturais ou não mas cheias de estilos.

Neste universo é possível descobrir que através da nossa "pele" fazemos comunicação. Determinamos uma identidade e um segmento. Nos estudos de design, seja da: moda, embalagens, arquitetura e etc, alia-se arte, planejamento, estética e a usabilidade, o objetivo é tonar o uso das coisas o mais simples e prático possível.

A natureza, escola natural do design, nos ensina que cada roupagem de um ser vivo, além de belo, tem sua função natural, seja ela: proteção, agilidade, mobilidade e aparência. E os índios, na sua sabedoria e sensibilidade para o que é natural, perceberam isso rapidamente e usaram a seu favor.

Em eventos especiais de confraternização ou em combate, adotaram a prática de se pintarem fazendo alusões aos seus vizinhos de selva. E essa arte se espalhou.

Traços indígena aliados as formas geométricas, nos mostram a beleza da "pele" natural.




Através de pesquisas, identificamos os elementos fundamentais de cada pêlo, pena, escama e couro.




A onça, possue pequenas manchas em forma de semi circulos em sua pelagem, através dessas manchas é possível identificar o animal, uma vez que são como digitais.




Serpente, um animal belo de pele bem desenhada formada por escamas que mudam constantemente para que através desta ação possam remover parasitas externos. Esta renovação periódica tornou a serpente um símbolo de saúde, adotado na medicina em seu símbolo.




O mundo na água possue cores incriveis, aqui uma curiosidade, sua camuflagem pode ser tanto para se proteger de predadores como também para atrair sua caça. Suas escamas se movimentam mudando sua tonalidade e facilitando no nado.




Ave de rapina, sua penas são aerodinâmicas e térmicas. Muito apreciada e também temida pelos índios por ser um animal extremamente caçador e preciso.


Em breve publico alguns trabalhos com este estilo de desenho. É possível criar belíssimas embalagens, logomarcas e campanhas completas com arte indígena moderna.

Grande abraço

segunda-feira, 31 de março de 2014

Bauhaus

A Staatliches-Bauhaus foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo.

A escola foi fundada por Walter Gropius em 25 de abril de 1919, a partir da reunião da Escola do Grão-Duque para Artes Plásticas . A intenção primária era fazer da Bauhaus uma escola combinada de arquitetura, artesanato, e uma academia de artes, e isso acabou sendo a base de muitos conflitos internos e externos que se passaram ali. A maior parte dos trabalhos feitos pelos alunos nas aulas-oficina foi vendida durante a Segunda Guerra Mundial.

A Bauhaus tinha sido grandemente subsidiada pela República de Weimar. Após uma mudança nos quadros do governo, em 1925 a escola mudou-se para Dessau, cujo governo municipal naquele momento era de esquerda. Uma nova mudança ocorre em 1932, para Berlim, devido à perseguição do recém-implantado governo nazista.

Em 1933, após uma série de perseguições por parte do governo hitleriano, a Bauhaus é fechada, também por ordem do governo. Os nazistas opuseram-se à Bauhaus durante a década de 1920, bem como a qualquer outro grupo que não tivesse uma orientação política de direita. A escola foi considerada uma frente comunista, especialmente porque muitos artistas russos trabalhavam ou estudavam ali. Escritores nazistas como Wilhelm Frick e Alfred Rosenberg clamavam directamente que a escola era "anti-Germânica," e desaprovavam o seu estilo modernista. Contudo, a Bauhaus teve impacto fundamental no desenvolvimento das artes e da arquitectura do ocidente europeu, e também dos Estados Unidos , Israel e Brasil nas décadas seguintes - para onde se encaminharam muitos artistas exilados pelo regime nazista. A Cidade Branca de Tel Aviv, em Israel, que contém um dos maiores espólios de arquitectura Bauhaus em todo o Mundo, foi classificada como Património Mundial em 2003. A escola Bauhaus também influenciou imensamente a América do Sul, tendo como seu principal representante o arquiteto Oscar Niemeyer. A jovem capital brasileira, Brasília, foi projetada há 52 anos sob as tendências modernas e funcionalistas inauguradas pelo bauhasianismo. Todo o plano-piloto, incluindo tanto os edificios residênciais quanto as construções públicas, são exemplos e ícones desta arte, em sua excelência.

O principal campo de estudos da Bauhaus era a arquitetura (como fica implícito até pelo seu nome), e procurou estabelecer planos para a construção de casas populares baratas por parte da República de Weimar. Mas também havia espaço para outras expressões artísticas: a escola publicava uma revista chamada Bauhaus e uma série de livros chamados Bauhausbücher. O diretor de publicações e design era Herbert Bayer.

Projeto de ensino
Bauhaus (Casa de construção),
arquiteto Walter Gropius (1883-1969).

Apesar de ter passado por diversas alterações em seu perfil de ensino à medida que a direção da escola evoluía, a Bauhaus, de uma forma geral, acreditava que os seus próprios métodos de ensino deveriam estar relacionados às suas propostas de mudanças nas artes e no design. Um dos objetivos principais da Bauhaus era unir artes, produzir artesanato e tecnologia. A máquina era valorizada, e a produção industrial e o desenho de produtos tinham lugar de destaque.

O Vorkurs - literalmente curso preparatório - era um curso exigido a todos os alunos e ministrado nos moldes do que é o moderno curso de Desenho Básico, fundamental em escolas de arquitectura por todo o mundo. Não se ensinava história na Bauhaus durante os primeiros anos de aprendizado, porque acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés de ser criado por padrões herdados do passado. Só após três ou quatro anos de estudo o aluno tinha aulas de história, pois assim não iria influenciar suas criações.

Curiosidades

Atualmente a Bauhaus de Weimar mantém a sua liderança como uma das melhores universidades na Alemanha, lecionando sobretudo o ramo da arquitetura, mas estando também integrada num núcleo de outros pólos de ensino ligado às artes e de onde se destaca design, media, música, entre outros. O ensino da Bauhaus encontra-se intrínseco na própria forma de lecionar da escola atualmente, baseando-se muito na experimentação prática de ideias e na realização de seminários e workshops para confronto de conhecimentos.

O edifício inicial projetado por Walter Gropius sofrera inúmeras modificações após a Segunda Guerra. Em 1994 inicia-se um processo de reforma visando restabelecer ao edifício sua condição original. O empreendimento foi promovido pela Fundação Bauhaus e coordenado pela arquiteta Monika Markgraf. Devido a inexistência do projeto original o trabalho foi árduo e concluído somente em 2007. Ainda hoje é o edifício principal do pólo da universidade, destacando-se o escritório de Walter Gropius, mantido inalterado.


quinta-feira, 27 de março de 2014

Procura-se uma nova classe alta

Peço licença a este grande profissional e cidadão, Nizan Guanaes, para expor seu texto veiculado pela RG.

Suas palavras sempre nos enriquecem e este texto especial trata de um assunto extremamente importante. Educação.


O que os americanos e ingleses mais sofisticados têm em comum? Cultura.
Livros e dinheiro são uma mistura perfeita para elegância, savoir faire e bom gosto. 
Infelizmente o Brasil, que copia tanta coisa destes dois grandes países, não aprendeu a copiar essa ainda. A pobreza do rapaz rico dos camarotes, estampada na capa da Vejinha, mostra uma classe alta inculta que beira as raias do constrangimento num país cheio de desigualdades. 
Ninguém que tenha aberto um livro será capaz de, num mundo desigual como o nosso, abrir champanhes magnum a rufar de tambores e piscar de luzes. 
Dinheiro sem livro faz garotos ruidosos e meninas caladas. Gente mal vestida com as melhores grifes. E que não sabe se comportar no mundo. 
Gente caipira. 
A começar, não sabem falar inglês, inaceitável num mundo global. O mais lamentável ainda é que falam mal português também. 
A vida social em Nova York e Londres se passa dentro de universidades e museus, misturando caridade, diversão e cultura. Quando você conversa com pessoas como Tina Brown e Arianna Huffington, elas não são apenas locomotivas sociais, elas são enciclopédias vivas. Sem cultura e sem refinamento intelectual, seremos sempre sinhozinhos e sinhazinhas capiras  mesmo que a gente compre todas as roupas, relógios, fivelas, todos os aviões e carros do mundo. 
Este país, apesar de todos os desafios que tem, já é um gigante global. E além de uma nova classe média, ele precisa de uma nova classe alta. 
Harvard, Yale, Stanford, Oxford, Cambridge… são centros sociais desse mundo moderno. É lá nessas escolas que se formam o establishment social que vai influir no mundo. No Brasil, nós ainda achamos que esse establishment se forma em Nammos, em Mikonos, ou no Club 55, em St.-Tropez. 
Nasci no Pelourinho. Fui a uma universidade bem mais ou menos. Mas em vez de dar uma Ferrari pro meu filho, coloquei ele na melhor escola que São Paulo tem: a Graded. E ele, por conta própria, escolheu fazer o colegial em uma das melhores prep schools dos Estados Unidos. A escola Exeter foi fundada em 1781. Lá estudou Mark Zuckerberg. A biblioteca tem 250 mil livros. E Antonio está estudando latim, fazendo remo e sofrendo pra burro pra entrar na disciplina da escola. Mas isso sim é uma herança. 
Meu filho leu mais do que eu, sabe mais do que eu. Está se tornando um homem melhor por dentro e por fora. 
Eu acredito que desse jeito construo não só um futuro pra ele, mas construo um futuro melhor pro país. Eu me dedico pessoalmente à educação de minhas crianças. Cada uma tem seu caminho e seu estilo. Passei, por exemplo, uma semana mostrando a Antonio o que era Istambul. E três horas jantando com Zeca, eu e ele, num restaurante três estrelas Michelin em Osaka. 
Os brasileiros melhores que nós formamos são a maior contribuição que podemos dar ao futuro desse país. Claro que o caminho não é fácil. Antonio, por exemplo, acostumado à boa vida de um menino em sua idade em São Paulo, luta para se enquadrar à vida espartana e focada em Exeter. Ao acompanhar meu filho e sua luta na tradicional escola, vejo de posição privilegiada como os Estados Unidos e a Inglaterra fabricam grandes mentes a ferro e fogo. Estudantes de história que viram fotógrafos ou vão fazer moda, ou simplesmente serão grandes anfitriões. 
Mas em tudo que forem fazer terão a marca indelével da boa educação. E é isso, educação, que nós, a elite, desejamos e cobramos tanto para os pobres que eu cobro para os ricos. Porque é elite estudada, culta e sensível um dos maiores luxos que este país mais precisa.
NIZAN GUANAES